terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Mais ALEGRIA, menos ALERGIA em 2014 também!

Olá pessoal!
 
Esse ano passou voando, e o mês de dezembro mais ainda! Trabalhei muito, viajei e também tirei uma semana de folga para visitar a família. Ufa!
 
Hoje respondi a todos os comentários atrasados, desculpem a demora em vários casos. Às vezes eu me perco com os comentários novos que são respostas de outros antigos... por favor me avisem caso eu tenha deixado alguma questão importante sem retorno.
 
Enfim, mais um ano se passa e o meu desejo paro todos nós alérgicos permanece:
 
MAIS ALEGRIA e MENOS ALERGIA em 2014!

Desejo do blog para todos os alérgicos, sempre!

Vamos deixar a alergia aqui no blog e a alegria em nossas casas?
 
Em breve novas postagens alérgicas.
 
Obrigada pela companhia e ótima virada de ano a todos!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Complexidade nas alergias

Cada alergia se expressa e se desenvolve de um jeito diferente. 

Como reação a uma mesma substância alergênica, algumas peles alérgicas formam bolhas grandes, outras formam bolhas pequenas, outras formam lesões secas, outras não formam lesão nenhuma, mas coçam mesmo assim. Por vezes temos a alergia de um aspecto, mas na semana seguinte ela já tem outra cara. Algumas pessoas se sensibilizam com quantidades minúsculas de um produto, enquanto outras toleram uma quantidade maior.

Algumas alergias são potencializadas pela alimentação, pela nossa situação emocional, pelo clima, pela genética, pela interação com outras substâncias... e a lista de fatores que pode contribuir ou amenizar uma alergia é enorme. 

Estou escrevendo isso pois em alguns comentários os leitores tentam entender a alergia como uma reação direta e objetiva a um único elemento. Exemplo: "já troquei o desodorante na semana passada e não melhorou!".  O tempo de melhora varia também de pessoa para pessoa.

Concordo que pode ser uma única coisa (como o desodorante), que está causando a alergia. Porém, em meio a tantas incertezas e desconhecimentos dos pacientes e também dos médicos, acho interessante "atacar por todos os lados".

Vejam alguns fatores que poderiam interagir e contribuir para atenuar ou agravar um quadro alérgico*:

- medicamentos que você toma ou tomou;
- tecidos de roupas, toalhas, lençóis, travesseiros (as suas e as de outros com que tem contato);
- materiais de equipamentos e mobiliários que você toca (metais, couros, toalhas sujas de mesas de restaurantes...);
- alimentos e bebidas (e a interação entre eles);
- perfumes;
- produtos de limpeza da sua casa, do seu trabalho, do seu meio de transporte;
- clima ou mudanças no clima;
- áreas com ar condicionado ou muito quentes/muito frias e as transições diárias de temperatura;
- sua situação emocional (ansiedades, medos, frustrações e tudo mais que é difícil de mensurar);
- cosméticos que você usa ou que as pessoas com quem tem contato usam (e aí a lista é infinita... sabonetes, pasta de dentes, shampoos, maquiagens....);
- poeira e mofo;
- hidratação da pele;
- exposição ao sol;
- permanência em piscinas e praia (e todos os produtos químicos e micro-organismos que lá frequentam)....

Agora imagine todos esses elementos sendo percebidos pela nossa pele e se relacionando de forma complexa no nosso organismo. Não é óbvio.

. Acho que essa imagem representa bem o conceito de complexidade e interação, apesar de ser uma figura voltada ao desenvolvimento de softwares  (Imagem Google).

Na época da minha grande crise, a alergista recomendou fazer uma limpeza geral na minha casa e no trabalho, cortou vários alimentos, pediu para mudar os tecidos das roupas que eu uso, além de fazer os testes de contato. Eu repito pois o tratamento dela foi um sucesso, apesar da disciplina necessária para todas as mudanças.

A ideia dessa postagem não é gerar paranoia, mas sugerir uma visão mais ampla da nossa alergia, especialmente quando o corte a um determinado produto "suspeito" não está resolvendo.

Uma ótima semana a todos!

*Observação: Assim como todas as outras informações no blog, esta lista é baseada na minha experiência pessoal como paciente e não tem como objetivo repassar recomendações médicas. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Para ter na carteira do alérgico!

Olá queridos leitores,

Vou compartilhar mais uma "dica de alérgico" aqui no blog. A dica de hoje foi inspirada em um comentário feito ontem por um dos leitores do blog. No comentário, o leitor Cavenaghi disse que ficou alérgico ao Kathon CG, e que iria colocar uma "cola" sobre isso plastificada na carteira.

Eu também tenho uma "cola" na minha carteira!

Ter uma "cola" na carteira ajuda muito quando vamos a médicos, por exemplo, e eles fazem a pergunta rotineira: "tem alergia a alguma coisa?" .

Como eu tenho alergia a muitas substâncias e além de tudo elas têm sinônimos, é muito mais fácil apresentar ao médico a lista dos vilões, em vez de tentar fazer com que eles entendam "sim dr, eu tenho alergia ao metilcloroisotiazolinona, ao metilizotiazolinona, ao propilenoglicol ...." ("hein???").

Vejam abaixo a foto da "cola" na minha carteira.


Cartão de visita com a lista as minhas alergias.

É bem prático ter esse tipo de informação em formato "cartão de visita" !

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Alergia ao cloreto de cobalto




Olá pessoal,

Estou escrevendo essa postagem a pedido da leitora Alexandra, que, como eu, tem alergia ao cloreto de cobalto. 

Não havia escrito sobre essa minha alergia ainda, pois das quatro substâncias a que sou alérgica, o cloreto de cobalto certamente é o que me dá MENOS trabalho. Portanto, fique tranquila Alexandra!

Eu sei como é ser diagnosticada com uma alergia e encontrar pouquíssimas informações decentes na internet. 

Não achei nenhuma página em português que valesse a pena sobre essa alergia, mas gostei dessas abaixo (em inglês). Uma delas inclusive é um vídeo sobre alergia de contato ao cloreto de cobalto. 


Diferentemente do Kathon CG, o cloreto de cobalto não tem muitos sinônimos, e é facilmente reconhecido nas embalagens. Alguns fabricantes preferem os nomes em inglês: "Cobalt Blue", "Cobaltous Chloride" ou "Cobalte chloride". 


Conforme se vê nos links, o cloreto de cobalto pode ser achado em pigmentos azuis/violeta e também em metais, acompanhado do níquel. A alergia a metais rende uma postagem própria, logo vou deixar para falar especificamente sobre ela em outro momento.

Sobre a alergia desencadeada por cosméticos, o único item que realmente fica difícil é a tintura para cabelo. 

Eu só posso usar Henna ou então descolorante. Felizmente eu ainda não tenho muitos cabelos brancos, então a henna tem funcionado bem para mim. 

Blue Cobalt Chloride
Imagem daqui: http://www.cobaltchloride.net/
No começo eu evitava comprar esmaltes e sombras que tivessem a cor azul ou violeta, mesmo que na embalagem não houvesse menção específica ao cloreto de cobalto. Com o tempo percebi que essas tonalidades não me causam alergia nenhuma. 

A lista de substâncias que pode ter o cloreto de cobalto é bem assustadora, mas pelas minhas pesquisas parece que o problema mesmo é para quem participa da produção dos materiais. Dessa maneira, a não ser que você trabalhe em uma indústria de tinta ou cimento, dificilmente terá alergia pelo toque esporádico com os produtos secos e acabados

 (Digo "parece" pois como perceberam sou também paciente, e não técnica no assunto !)

Enfim, espero ter ajudado... Distância de tintas e olho nas embalagens!!!


sábado, 21 de setembro de 2013

Alergia dos leitores - Alergia a "borrachudo"



Olá pessoal,

Demorei um pouco para responder os comentários dessa vez, pois estava envolvida nos preparativos da festinha de aniversário do meu filho, e depois fiz uma pequena viagem a trabalho.
Felizmente já se foi o tempo em que as minhas alergias eram a minha principal preocupação, e assim espero que aconteça com cada leitor deste blog!

Enfim, a postagem de hoje é bastante interessante pois a alergia não é minha! Isso mesmo, apesar de ter um vasto repertório de alergias, este sintoma específico a picadas de borrachudo eu não tenho.

O relato foi escrito por uma grande amiga minha, após um final de semana que passamos na praia, quando ela teve o azar de ser picada por um borrachudo e ficou com o braço muito inchado. Tenho certeza que outros alérgicos vão se identificar com a história dela.
Este é o borrachudo (Imagem Google)
Para quem não sabe, colamos abaixo a explicação do Wikipédia sobre o inseto:

O termo borrachudo é a designação comum a diversas espécies de insetos dípteros, da família Simuliidae, famosos pelas fêmeas hematófagas, cuja picada causa intensa irritação, edema e até mesmo vesículas. Medem entre 1 e 5 milímetros de comprimento, possuem coloração negra. Gosta de umidade, vivendo em matas sombrias, com água corrente ou montes de mato cortado molhados pelo orvalho e/ou chuva. 

E lá vai o relato da minha amiga:

" Final de semana na praia e, recomeça o pesadelo. Tudo por causa de um inseto infame, o tal do borrachudo, que conheci depois que me mudei para São Paulo. Cresci em Manaus, no meio da floresta amazônica, e convivi desde pequena com todas as espécies de mosquito, inclusive o da febre amarela e malária, e nunca tive problemas. Mas, o tal do borrachudo, que empesteia o litoral de São Paulo, tem alguma coisa com que meu corpo resolveu implicar. Resultado, membros (no caso superior) inchado, vermelho e pegando fogo. Apelidos que recebi: pãozinho e Hellboy.

Descuidei por alguns minutos e PIMBA! Fui premiada. Tinha acabado de passar o repelente na perna e esqueci-me dos braços. A única em um grupo de 16 adultos e 2 crianças a ser picada. Ou, pelo menos, a ter alergia. O ataque aconteceu ao entardecer, por volta das 17 horas. Começou com um pontinho vermelho (sangue coagulado) no local da picada. Depois, uma bolinha vermelha ao redor que vai inchando, ficando vermelho, inchando, coçando, inchando, aumentando, inchando, espalhando, inchado ...

Como de costume, demorei a aceitar o que já estava em processo. Primeiro eu pensei: não é nada, já passa. Fui dormir pensando, ´quando acordar já passou´. Acordei e a coisa foi piorando. Até que tive que aceitar o que estava acontecendo. Não tem jeito, sou alérgica a picada de borrachudo mesmo. A vida é assim: tem gente que não pode comer camarão, nozes e glúten, ou não podem tomar leite, ou não podem ter cachorro, e outros podem fazer tudo isso que não acontece nada. Eu faço parte do primeiro grupo e tenho que aceitar.

Depois de aceita a minha condição de alérgica, o próximo passo foi buscar ajuda (está até parecendo papo de dependente químico). Do grupo de 16 adultos apenas um tinha um antialérgico na mala. 
Finalmente fui salva! Confesso que nem eu costumo carregar os meus. Logo, essa pessoa ou é uma santa, ou uma sofredora.

 (PAUSA NO RELATO: Adivinhem QUEM era a pessoa que tinha antialérgicos????? rssss) 

O remédio fez o quadro estabilizar, mas não regredir. Já estou acostumada com o processo que demora de 2 a 3 dias para dar sinais de melhora. Já cheguei a riscar minha pele com canetinha para monitorar se o inchaço estava espalhando ou não (no caso anterior estava piorando e corri para o hospital). Mas, como dessa vez o membro atingido foi o braço direito, terei que confiar na memória. Até para tirar as fotos tive certa dificuldade. Seria muito mais interessante postar a foto dos dois braços juntos para vocês notarem a diferença. Mas, percebi que seria humanamente impossível tirar foto dos dois braços ao mesmo tempo sozinha.

Fico pensando se algum dia poderei ser uma pessoa normal e ir para as praias do litoral de São Paulo sem me preocupar. Será que meu corpo vai algum dia aceitar a “baba” desse insetinho insignificante sem fazer esse escândalo todo? Até que isso aconteça, terei que aceitar e conviver com a minha condição. Praia = repelente no corpo todo + antialérgico no bolso."

Fotos do braço dela bem inchado, após dois dias da picada de borrachudo. A terceira foto fui eu que tirei um dia depois, quando voltávamos de carro da praia, para mostrar a comparação entre os braços. 
Cris, muito obrigada por permitir que eu compartilhasse seu relato e fotos no blog! 

Alguém mais tem alergia a picada de borrachudo por aí?

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sobre preconceito e ignorância

Acabei de ler várias notícias sobre o caso do neto da coreógrafa Deborah Colker que, ao embarcar em avião de empresa aérea brasileira, sofreu preconceito por ter uma doença de pele.

Não, não se trata de dermatite atópica, mas é também uma doença de pele de origem genética e não contagiosa (chamada "epidermólise bolhosa") . Apesar de não se tratar da nossa doença, o caso enfrentado por esta criança poderia facilmente ter ocorrido com outras pessoas e crianças que apresentam doenças de pele.

De fato, ainda  há muito pouco conhecimento sobre as doenças de pele, mesmo no meio médico. 

Acontece que a ignorância vira preconceito quando a desinformação se soma à falta de elegância e respeito pelo próximo.

O relato desta avó e também da mãe da criança mostram o despreparo de uma grande companhia para lidar com a condição física DE UMA CRIANÇA DE TRÊS ANOS. A família já havia sido questionada no check in e esclarecido o caso. Infelizmente, por falta de um simples procedimento interno de comunicação, a família teve que passar pelo constrangimento público dentro da aeronave, atrasando seu vôo e dos outros passageiros.

Já não me surpreendo com a falta de elegância dos comissários(as) da Gol, mas essa falta de respeito com o próximo é sim digna de preocupação. 

Existem maneiras e maneiras de se abordar uma pessoa com o aspecto físico diferente, ainda mais na frente da criança, ainda mais em público, ainda mais de forma incisiva como indicado nas reportagens. (helllooooo Gool!!!!)

Estou replicando este assunto no blog pois tenho certeza que outras mães já passaram constrangimentos com seus filhos por causa da dermatite. Espero sinceramente que este caso infeliz possa trazer o simples benefício da dúvida para as pessoas que apresentam doença de pele não contagiosa.

A pele é um órgão como outros no corpo. Porém, é um órgão exposto, visível... quem tem doença de pele dificilmente consegue escondê-la... ao contrário das pessoas que tem doenças no fígado, rins, coração... 

Quero ver a Gol tentar tirar alguém de alguma aeronave por ter uma doença não contagiosa no pulmão, no estômago ou nos ossos.

#prontofalei
#revoltada

Reportagens sobre o caso:
- Globo
- Globo (relato de outra pessoa que tem a doença)
- Exame
- A Tarde

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Perguntei para a Anvisa - Quais são os alergênicos?

Há cerca de dois anos eu ganhei um desodorante hipoalergênico comprado em uma loja para alérgicos. 
Nem imaginei que aquele desodorante poderia ter alguma substância alergênica, afinal havia sido desenvolvido ESPECIALMENTE para pessoas alérgicas e vendido por uma loja especializada.

Para minha surpresa, porém, havia propilenoglicol na fórmula. Resultado - me deu alergia, não pude usar o produto.

Desde então fiquei tentando entender - como um produto que se diz hipoalergênico pode ter um ingrediente que faz parte dos testes de alergia para cosméticos? Na minha condição de paciente, achava que se uma substância era reconhecidamente alergênica, não poderia fazer parte de produtos hipoalergênicos. No entanto, não é assim que a coisa funciona, em outra postagem vou falar mais sobre isso.

Procurei no site da ANVISA e não achei nenhuma lista dos produtos considerados alergênicos em cosméticos, então resolvi perguntar diretamente. A resposta que recebi da ANVISA foi essa:


"Prezado (a) Senhor (a),
Em atenção a sua solicitação, informamos que não existe uma lista de alergênicos em cosméticos. No entanto, na RDC 03/2012 foi estabelecida uma lista de ingredientes de fragrâncias considerados alergênicos e que devem estar mencionadas na rotulagem de acordo com as condições dispostas nessa norma."
Clique para ir à página principal da Anvisa.


Essa resolução RDC 03/2012 realmente traz uma tabela de 26 substâncias cuja presença deve ser indicada em fragrâncias (somente em fragrâncias, não abrangendo todos os tipos de cosméticos). Vejam a descrição que consta na resolução: 

"Algumas substâncias foram identificadas como causa importante de reações alérgicas de contato entre os consumidores sensíveis a fragrâncias e aromas. Dessa forma a presença dessas substâncias na formulação deve ser indicada na descrição dos ingredientes na rotulagem do produto (na lista dos ingredientes ou composição) de modo a facilitar a identificação destas substâncias pelos consumidores que não as toleram. Portanto, as substâncias abaixo listadas devem ser indicadas na rotulagem do produto pela nomenclatura INCI quando sua concentração exceder: 0,001 % nos produtos sem enxágue e 0,01 % em produtos com enxágue."

Dentre as 26 substâncias, está meu amigo Kathon CG, com seu nome de verdade: alpha-ISOMETHYL IONONE. (um de seus nomes.... como já falei em outra postagem existem vários sinônimos para ele). Contudo, não consta o propilenoglicol (outro grande amigo meu rs ) e nem outras substâncias que fazem parte dos testes de alergia, como os parabenos.

Ou seja, ainda não há no Brasil uma lista oficial do que é considerado alergênico, apenas no caso de fragrâncias. Vou continuar procurando informações oficiais sobre alergia e postando no blog o que eu achar de interessante.

Um ótimo final de semana a a todos!

(Em tempo, hoje está muito mais fácil obter dados e informações dos órgãos públicos por causa da "Lei de Acesso à Informação". Quem quiser saber mais sobre o assunto, clique aqui.)