sábado, 21 de fevereiro de 2015

Relação entre alergia, depressão e ansiedade.

Olá queridos leitores,

Vi um artigo interessante relacionando depressão e alergias, e resolvi me aprofundar um pouco mais no assunto, buscando outras referências.

Para quem quiser estudar o tema, abaixo trago os links dos artigos e resumos. No final da postagem, vou tentar explicar onde eu quero chegar com isso!

Esse foi o único interessante em português que eu encontrei. Ele aborda as interações entre alergias e questões psicológicas/psiquiátricas. Alguns trechos:  "A predominância psiquiátrica nas alergias fica por conta das manifestações de depressão e de ansiedade." , "a ansiedade encontrada nos alérgicos é, predominantemente, uma disposição de personalidade (traço de personalidade) e, de acordo com esse aspecto, não se pode considerar como uma resposta ansiosa à situação alérgica. Desta forma, tem se corroboradodo cada vez mais, a estreita relação entre alergia e manifestações diversas da ansiedade."

Nessa artigo aqui, conclui-se que há uma associação entre depressão e alergia, especialmente nas mulheres (que dúvida que seria nas mulheres né? rs). 

A relação entre alergia atópica e depressão, especialmente nas mulheres, também é comprovada por esse estudo aqui. "Os resultados indicam que mulheres sofrendo com doenças atópicas podem possuir risco elevado de desenvolver depressão mesmo no início da idade adulta. Nos homens, a associação entre essas duas desordens é evidente apenas entre os casos mais severos de depressão".

Esse outro afirma que "estudos empíricos sugerem uma alta prevalência de desordens atópicas em pessoas com depressão" (um jeito polido de dizer que ... quem já está lascado, tende a ficar ainda mais...) 

Já esse artigo aqui, que estudou a alergia a pólen, concluiu que há uma relação entre as alterações de humor e as alterações alérgicas. (poderiam ter perguntado isso a qualquer alérgico e poupado anos de pesquisa rss). 

Depressão, ansiedade e alergia. Foto daqui.

Sim, e onde eu quero chegar?

Quero chegar, novamente, na questão sistêmica da alergia. Ou seja, nosso corpo não é óbvio, nossa cabeça muito menos. Tudo está conectado, influenciando e sendo influenciado por outros fatores.

Que tal então investigar questões psicológicas ou psiquiátricas que podem estar interagindo com a sua alergia? 
Eu não acredito em causas PURAMENTE psicológicas, conforme desabafo feito aqui, mas acredito totalmente na cura por "vários lados" (alimentar, psicológica, ambiental, química e por aí vai....). 

E vocês, o que acham dessa interação?

Ah, e já que essa é a primeira postagem do ano (no meio de fevereiro, que vergonha...), vamos repetir o mantra do ano novo! Menos alergia, Mais alegria!  Feliz 2015! 
Menos alergia, mais alegria SEMPRE!



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Grupo do Facebook sobre Dermatite de Contato

Caros leitores,

a pedido da leitora Larissa, estou divulgando o grupo que ela criou no Facebook para discutir sobre dermatite de contato. Quem se interessar, passa lá!

O endereço é:  https://www.facebook.com/groups/dermatiteeutenho/

Obrigada Larissa, acho que temos que divulgar sempre as nossas redes de contato para trocar experiências.

sábado, 13 de dezembro de 2014

A química das substâncias

Opa! Quem é vivo sempre aparece! Desculpem a longa ausência, vou escrever essa postagem e já já vou responder aos comentários.

Tentando entender os ingredientes nas embalagens dos produtos, perguntei para uma amiga minha super especialista (pós-doutora em farmácia) o que significavam os "números" e "hifens" no meio de algumas substâncias. 

Por exemplo: Esse monstro aqui  "5-Chloro-2-methyl-4-isothiazolin-3-one" seria a mesma coisa que "Metilcloroisotiazolinona"? (para quem ainda não é familiar, esse é o nome real do famoso Kathon CG).

A resposta: "Essas variações de nomes com números ou letras gregas indicam apenas as posições de determinados átomos na molécula (ex: o cloro ligado ao carbono 5), ou a presença de insaturações (ex: no carbono alfa). Tem gente que escreve os nomes sem indicar as posições dos grupos químicos, mas é a mesma coisa. E tem gente que separa os nomes dos diferentes grupos químicos com hífen." 

Essa é uma das moléculas do Kathon CG

Ou seja, enquanto não houver uma padronização dos nomes, vamos nos virando nas letras e nos números... na dúvida, melhor achar que é a mesma coisa e não comprar!

A minha amiga também me lembrou das MSDS (Material Safety Data Sheets), que são as fichas com informações de segurança sobre os produtos químicos. Todo produto químico tem uma, que é produzida pelo fabricante e contém informações bastante completas sobre os perigos e efeitos da substância.


No Brasil, as fichas são chamadas de "FISPQ" ("Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico" e são normalizadas pela ABNT)

É claro que as fichas se aplicam aos produtos puros, e não em baixas concentrações como são usados em cosméticos. No entanto, a ficha ajuda a esclarecer algumas "lendas" sobre o produto A ou B ser cancerígeno  ou não e etc. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Teste de contato para alergias

Olá pessoal,

Tenho ficado preocupada com algumas dúvidas dos leitores do tipo:
-  "que substâncias devo evitar?";
-  "que ingredientes causam a alergia?";
-  "me indique um desodorante que não dê alergia" .... e outras parecidas.

A preocupação não vem pelas perguntas, eu  ADORO quando as pessoas usam o blog para trocar experiências, adoro quando posso ajudar dando algum "palpite" de quem já passou pela coisa. Digo "palpite" porque de fato é isso mesmo, eu não sou médica e a minha ajuda está só no campo do "pitaco" mesmo rs.

Enfim, a preocupação é que esse tipo de pergunta não tem resposta, a não ser que a pessoa saiba os ingredientes que dão alergia para a pele DA PESSOA ... e não para a MINHA pele! Eu tenho dermatite atópica e também tenho alergia a estas substâncias, ou seja, tenho "dermatite de contato". 

Existem milhares de substâncias que podem causar alergia e, para várias delas, os médicos criaram um exame chamado "teste de contato", que foi o que me salvou das alergias. 

Abaixo seguem alguns links com textos sobre o assunto e também um vídeo do Youtube que mostra a aplicação do teste. 


Porém, como esse é um blog de relatos pessoais, aí vai a minha experiência com o teste de contato:

Depois de meses de desespero, finalmente encontrei uma alergista boa, que me recomendou fazer esse teste, após ter percebido que a minha alergia não era apenas fruto da dermatite atópica. 
Tive que esperar algumas semanas para conseguir fazer o teste, pois precisava que as costas estivessem livres de alergia para aplicar os produtos (imaginem a situação em que me encontrava ....).

O teste funciona da seguinte maneira: a médica coloca 40 produtos em pequenas "bandejas" de metal, de mais ou menos 1 cm de diâmetro. Cada bandeja corresponde a um produto que está sendo testado.
As mini-bandejas são coladas em um esparadrapo tipo "microporo", numeradas como na foto abaixo, para que o médico saiba onde está cada produto.

Imagem Google - O meu teste foi idêntico a este.
O teste durou uma semana (segunda a sexta) para mim. Na segunda feira a médica colou os esparadrapos com as bandejas. Na quarta feira voltei para retirar os esparadrapos, e a médica anotou os pontos que tinham "reagido". Na sexta feira voltei para avaliação final.

Durante todo o período, a área não pode ser molhada (isso significa malabarismos para tomar banho e nem pensar em lavar o cabelo...).

 É necessário retirar o esparadrapo durante a semana, pois algumas alergias só se manifestam na presença de luz. Na quarta feira, a médica observou duas substâncias reagentes - na sexta feira (com a "fotossensibilização") apareceram mais duas. 

Ok, esse tipo de informação sobre o teste você encontra em vários sites ... agora o que ninguém vai te contar é: 

1) Você vai sobreviver ao teste;
2) Você vai achar que não vai, caso tenha mesmo a dermatite de contato.

É o seguinte, o teste é bastante incômodo pois ele acentua as alergias de outras lesões que porventura você tenha no momento... além de dar vontade de arrancar a pele fora nos locais que estão reagindo. Imagine que você estará em contato com a substância pura - o grande vilão - durante CINCO dias, sem poder lavar ou coçar o local!

Para vocês terem uma idéia, no ponto onde foi feito o teste com formol (minha pior alergia), minha pele formou uma bolha enorme... que deixou uma pequena cicatriz até hoje (quase 4 anos depois).

Apesar do relato um pouco dramático, eu recomendo o teste a todos que tiverem a oportunidade e recomendação de fazê-lo, pois é o que vai ajudar a responder às tais perguntas do "que ingredientes evitar" !

Conforme minha alergista disse, temos que ficar felizes quando o teste detecta a alergia... pois afora as 40 que são testadas, existem milhares de substâncias para as quais não existe teste... e aí é muito difícil identificar o agente!

O post ficou enorme, mas ta aí a minha experiência... se alguém já fez o teste e quiser compartilhar (de repente alguma descrição menos assustadora), fique à vontade!

(Tudo isso também para esclarecer que se eu não ajudar na resposta a "o que você deve evitar", é porque não é óbvio mesmo!)





quarta-feira, 25 de junho de 2014

A importância do protetor de colchão para os alérgicos

O tempo está voando, já estamos no meio da Copa e mais do que na hora de ter uma postagem nova! Peço desculpas pelo sumiço! Respondi a todos os comentários que estavam pendentes, me avisem se sobrou algo perdido.
 
O tema hoje são os protetores de colchão. Já falei sobre isso em postagens antigas, mas quero ilustrar o assunto com uma história verídica.
 
A história é a seguinte: passei férias na casa de um parente, onde existem dois quartos praticamente iguais, com o mesmo tipo de piso, cortina, armários e limpeza.  A diferença é que em um deles o colchão tem protetor, no outro não tem
 
O quarto "sem protetor de colchão" é suíte e tem a cama maior, então optei por me alojar nesse quarto, ignorando a questão do colchão. Resultado: Em dois dias a minha pele, até então maravilhosa, ficou assim:
Braço cheio de lesões (foto minha)

 
Além disso, a minha cabeça começou a coçar demais, a ponto de me fazer arrancar os cabelos:
Cabelos sendo arrancados de tanto coçar a cabeça (foto minha).
 
 
Visivelmente o problema estava no quarto, quando eu deitava.
 
A solução: dois dias de antialérgico e me mudei para o outro quarto, COM protetor de colchão. Minha pele voltou ao normal e as lesões sumiram (fiquei ainda uma semana nessa casa após o episódio, tudo normal).  Para mim a única explicação foi o protetor no colchão - no segundo quarto eu não sentia coceira ao deitar!
 
O protetor de colchão pode parecer um item dispensável, ainda mais quando temos a ilusão de que nossa casa é limpa (acreditem, 100%  de limpeza  não existe....)... mas depois dessa não ignoro a sua importância não!

domingo, 13 de abril de 2014

Perfumes sólidos

Olá pessoal,

Eu não abandonei o blog! Tenho passado por outras questões na minha vida que estão me deixando um pouco sem tempo, mas estou sempre lendo todos os comentários. 
Ontem respondi aos comentários novos... caso tenha esquecido algum, me cobrem!

Hoje vou dar uma dica sobre perfumes!

Uma reclamação muito recorrente aqui no blog é a dificuldade de achar perfumes que não agridam a nossa pele sensível. Essa reclamação já ocorreu várias vezes na postagem sobre alergia ao "Kathon CG" (que por sinal é a mais lida no blog).

Alguns homens podem estar pensando: "não dá para usar perfume? E daí????".

Homens, entendam que para as mulheres não usar perfume é algo que pode afetar muito a nossa auto estima!! 

Apesar de ter vários tipos de dermatite, eu continuo usando perfumes! Aliás, não saio de casa sem e sempre tenho na bolsa. 

Para quem tem dermatite de contato, é preciso ter um pouco de paciência até achar os perfumes que não têm nenhum "vilão"... parece difícil, mas esses perfumes existem. Quando a pele está muito complicada, a gente também pode passar um pouquinho de perfume na roupa :)

Contudo, a ideia hoje não é falar genericamente de perfumes, e sim de um tipo específico de perfume: os perfumes sólidos.

Pensei em comentar sobre isso aqui pois muitos leitores(as) acham que o álcool do perfume líquido é que irrita a pele, independente da sua formulação. Eu não tenho conhecimento científico para comprovar ou não a tese desses leitores sobre o álcool no perfume, porém acho que vale a pena testar os perfumes sólidos para ver se são mais inofensivos.

Eu tenho dois da L´Occitane... um deles já está até feioso pois carrego na bolsa (a propósito, o perfume sólido é bem prático nesse ponto). Na minha opinião, eles não duram tanto quanto os líquidos... mas isso não é problema caso eles estejam na sua bolsa.
Perfume sólidos L´Occitane que eu uso
Caso alguém queira ver a composição, lá vai!

Interessante observar que esse menciona álcool na fórmula (e diz que é um ingrediente natural.. ??)
Se algum leitor tiver experiência com perfumes sólidos e quiser compartilhar, a hora é agora!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Alergia a antibióticos e consumo de carne

Boa noite pessoal,

Estou escrevendo essa postagem inspirada pelo comentário da leitora Vânia nessa postagem sobre os dois anos do blog. 

A Vânia escreveu que tem alergia a antibióticos e desconfiou que poderia estar consumindo-os indiretamente, ao comer carne de frango. 

Apesar de não sofrer de alergia a antibióticos (e também não comer carne), julguei que a informação poderia ser interessante para aqueles que estão tentando descobrir as causas de sua alergia e não vêem a luz no final do túnel. 

Fiz várias pesquisas na internet sobre o assunto e, como sempre, achei poucos artigos científicos e todos em inglês. 

Em resumo, os artigos indicam que os níveis de antibióticos na carne provavelmente não causam a sensibilização em seres humanos. Isto é, você não vai se tornar alérgico a antibióticos ao comer carne.

Porém, para quem já é alérgico, existe sim a possibilidade de reação alérgica pelo consumo de carne tratada com antibióticos. Os artigos indicam que essa situação é rara, mas EXISTE e já foi documentada

Ou seja, para quem já tentou de tudo, está aí mais uma alternativa! 


Seguem os links abaixo para quem quiser se aprofundar no assunto (e no inglês...): 






Imagem Google