quarta-feira, 2 de maio de 2012

Uma postagem especial e algo sobre corticóides

Gostaria de dedicar esta postagem ao meu querido avozinho, que faleceu a exatamente há um ano, no dia 2 de maio de 2011. 

Sim, este é um blog sobre alergia, e isso tem tudo a ver com o triste dia de um ano atrás.

Posso dizer que minha genética alérgica foi herdada de meu avô, que passou a vida toda com o que se dizia eczema. Até hoje não entendi bem a diferença entre o eczema e a dermatite atópica (que é o que eu tenho), mas sei que o tratamento é parecido.

Pois bem, tenho que ter a tranquilidade de saber que a morte do meu avô foi influenciada (não digo causada) pelo tratamento feito por uma vida toda para alergia. Foram 60 anos tomando corticóide oral. 60 ANOS!

Não, eu não sei que dose ele tomava, se foi por recomendação médica por todos esses anos e também não sei se existia algum tratamento alternativo possível para o caso dele. Sei que ele sofreu muito por causa de alergia, e sofreu muito também pelo tratamento com corticóides.

Apesar de todos os tempos felizes que passamos em família, pude acompanhar a evolução do uso de corticóides ao longo dos anos, vendo a pele do meu avô se afinar cada vez mais. Já no fim da vida, pode-se dizer que ele não tinha mais pele. Não vou entrar em detalhes pois não é o objetivo desta postagem, mas tenho certeza que ninguém quer ficar assim.

Como vivenciei isso de perto, tenho muita relutância em usar corticóides, mesmo as pomadas. Sim, eu uso, são ótimos medicamentos e às vezes não tem outro jeito. Porém, vejo muitas pessoas usando corticóides para qualquer coisa, comprando na farmácia sem receita e receitando para os outros também.

Acreditem em mim, todas aquelas coisas horrorosas que estão escritas na bula, PODEM ACONTECER.

Felizmente, tínhamos muitas outras coisas para conversar e momentos para viver do que ficar falando de alergias, e meu avô evitava se queixar dos problemas de saúde para os netos. Ele foi um exemplo de que é possível viver uma vida inteira com alergias, e ainda ter muitas outras histórias para contar. São quatro filhas, minha avó querida e seis netos que muito sentem a falta dessa pessoa especial.

(Eu pensei em colocar uma foto do meu avô aqui no blog, mas não sei se ele gostaria da divulgação, então deixo para a memória dos parentes mesmo.)

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